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Mês das mulheres: Vive dentro de mim...

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Vive dentro de mim a mulher do povo. Bem proletária. Bem linguaruda, desabusada, sem preconceitos, de casca-grossa, de chinelinha, e filharada. Vive dentro de mim a mulher roceira. - Enxerto da terra, meio casmurra. Trabalhadeira. Madrugadeira. Analfabeta. De pé no chão. Bem parideira. Bem criadeira. Seus doze filhos Seus vinte netos. [...]



(Trecho do poema Todas as Vidas de Cora Coralina)



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Vive dentro de mim...


É com essa expressão que início essa singela homenagem às mulheres, de ontem e de hoje, que vivem dentro de nós.


Todos nós tivemos ou ainda teremos grandes experiências com mulheres que, no seu jeito de ser, tocaram ou tocarão a nossa existência e, nela, deixaram um traço, uma herança a ser cultivada. Cito como exemplo, a mulher de fé que não desiste de rezar por sua família e que, de tanto insistir, uma hora alcança de Deus a graça. Trago aqui, uma bela recordação de minha infância, a minha vó, Dona Zefinha, todo santo dia, às 18hs, estendia seu tapete em frente ao seu oratório e abria as portinhas dele, acendia uma vela e ali de joelhos, com o terço na mão, tinha seu momento de mulher para mulher. Em diálogo com a Virgem Maria, ela entendia, e ainda hoje entende, o que é preciso continuar a fazer. Eu, naquele tempo, menino de 6 anos, nada entendia, mas hoje com os meus 32 anos, ainda com essa memória viva dentro de mim, quando preciso, digo à minha vó: “preciso que a senhora acenda aquela vela e tenha aquela conversa com a Virgem”. Essa experiência vive dentro de mim!

Trago aqui também a memória de algumas mulheres que viveram em nosso meio e deixaram a sua herança, o seu traço feminino. Como não se lembrar da Ir. Dulce dos pobres, a Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, que corria pelas ruas de Salvador, ajudando aos desfavorecidos e esquecidos daquela cidade. Como não lembrar a força da Irmã Dorothy que em sua vida, sempre dialogou com lideranças camponesas, políticas e religiosas, na busca de soluções duradouras para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra na Região Amazônica. Como deixar de citar o grande legado da senhora Zilda Arns, que em seu trabalho com a Pastoral da Criança, ajudou a milhares de famílias pobres a cuidarem de seus filhos, não só aqui no Brasil, mas também em outros países. Como não se lembrar do caso da senhora Maria da Penha, cearense, que em sua luta contra a violência doméstica, fez despertar a necessidade de criar uma lei em defesa da mulher, a famosa lei “Maria da Penha”.


Em fim, são muitas as narrativas que poderiam ser resgatadas aqui. Há muitas mulheres que não estão registradas nos anais da história, mas vivem dentro de nós e nos deixaram um grande legado e, em respeito a elas, devemos compartilhar suas histórias, tornar suas memórias vivas entre nós e inspirar as mulheres de hoje. Pensando nisso, deixamos o desafio para você, caro leitor. Qual a sua história? O que as mulheres de sua vida, têm a nos ensinar?



Diác. Alex de Sousa, CSS


 
 
 

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