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A presença da mulher é harmonia nas relações

Solange Aparecida Novaes[1]


Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, trazemos presente as experiências de mulheres que lutaram e lutam com a sensibilidade que lhe é característica, para serem reconhecidas por aquilo que são: mulheres.


As reações a esta comemoração são variadas: saudações nos chegam dos mais diversos remetentes parabenizando por esse dia, mas também risos se “veem” nos lábios de alguns incrédulos que consideram desnecessário esse dia. Porém, será mesmo desnecessário? Ou precisamos rever aspectos de nossas culturas e estilos de relações?


Muitas notícias retratam a realidade de mulheres vítimas das violências, que vêm aumentando a cada dia, sobretudo neste período de pandemia. Assim, não é difícil constatar a necessidade de colher mais a fundo o significado desse dia e a correta valorização da mulher.


Um amigo enviou-me a frase de Efu Nyaki, que diz: “Metade do mundo são mulheres. E a outra metade, os filhos delas”. Sim, precisamos de um Dia Internacional da Mulher para afirmar o óbvio que é a igualdade das manifestações de uma humanidade: homem e mulher. Toda a humanidade é filha de mulheres, toda pessoa nascida nesse mundo não sobreviveu se não teve por perto uma mulher, não existe verdadeira complementariedade se não passar pela harmonia de relações entre homem e mulher.


Na maioria dos países se constata a desigualdade de direitos entre homem e mulher em todos os níveis da vida social: familiar, religiosa, econômica... e se busca conscientizar suas culturas sobre essa necessidade.


A força do amor contido no coração da mulher é capaz de lutar e dar a vida por quem ela ama, sem vacilar ou duvidar de sua força. É assim quando cuida do filho, é assim quando se dedica a um ideal. Conta-se que uma família foi passar uns dias em um rancho à beira de um lago. O filho adolescente logo mergulhou no lago, era um dia muito quente. De repente, a mãe ouviu seus gritos e pela janela viu seu filho sendo arrastado por um jacaré. Como um relâmpago, essa mãe mergulhou no lago e lutou contra esse animal para arrancá-lo de suas garras. No hospital o rapaz, importando-se menos com os ferimentos nas pernas, exibia orgulhoso as marcas dos dedos de sua mãe em seus braços na tentativa de salvá-lo.


Todos nós tivemos uma mulher que lutasse por nossa vida, por nosso crescimento e educação. Trazemos essas marcas. Mas a mulher não é só funcional, isto é, que vale pelo que faz. Não. Como diz Papa Francisco: “Sem a mulher não há harmonia no mundo”.


“Mulher” é um nome de uma realidade cuja essência é sinônimo de vida, de luta pela vida, pela dignidade, pela família, pelo amor. É sinônimo também de acolhida das realidades da vida, da alegria e da dor, inclusive da morte, como fez Maria Santíssima aos pés da cruz, vendo seu filho dar a vida para a salvação de toda a humanidade.

A mulher é a harmonia, é a poesia, é a beleza. Sem ela o mundo não seria bonito, não seria harmônico. Deus criou a mulher para que todos nós tivéssemos uma mãe, diz Papa Francisco.


O grande desafio da pandemia é a oportunidade que temos para rever relações e integrá-las, reconhecendo a dignidade e o valor da mulher, da sua presença ativa na construção de um mundo onde não só alguns, mas todos, sejam reconhecidos em seus direitos.

[1] Doutora em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Lateranense, Academia Alfonsiana, Roma. Pós-graduada em nível de Especialização em Psicopedagogia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina. Membra da Sociedade Brasileira de Teologia Moral (SBTM) e do Grupo de Pesquisa PHAES.

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